sábado, 27 de dezembro de 2008

Viva a Capitu


Dissimulada o bastante para pirar
qualquer marmanjo e um olhar de tomenta,

Ela não me engana e creio que a
você também não, meu caro leitor.

Olhando o seu primogênito, é inegável o pulo de cerca.
A cerca, imaginada por nós é mais um obstáculo a ser superado por ela.
"A vida é uma ópera", e digo mais...é uma tragédia. E se "Deus é um poeta", serei um Escobar se fazendo de Bentinho, sempre a procura de mais uma Capitu para amar.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

SONS

“What Good Can Drinkin’ Do” bebendo com os amigos. “Flower In The Sun” numa festa. “Misery’n” depois de um fora. “Loverman” com a cabeça encostada no colo de uma pequena. “My Dearest Darling” pensando na melhor buceta de sua vida. “Quero” para os dias de liberdade. “Farewell Song” para uma viagem até o Falcão. “Canto Das Três Raças” para recordar as raízes. “Manhã De Liberdade” para os dias de esperança. “Palmares” para os dias de luta. “Me And My Gin” para os dias melancólicos de Julho. Os dias cinzentos são os mais belos, quando uma nuvem espessa e homogênea cobre toda a extensão do céu. Não existe Sol, Lua ou estrelas. Não existe um universo infinito com bilhões de galáxias e zilhões de luzes. Nestes dias, são apenas nós e a nossa solidão. Somente temos por companhia o som da chuva que deixa o mundo molhado. Silêncio para os dias cinzentos.

domingo, 19 de outubro de 2008

Fragmento VI

"Prova Empírica"


Eu vi a pedra que esteve no meio do caminho do poeta;
Foi quando ela estava no meio do meu caminho.

Peguei a pedra e a levei para casa.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

O MESMO

Meus sentidos acumulam:

tédio, preguiça, cansaço;

quase param, estrangulam

a vida só onde passo.


Raciocínios frios traço,

mas afãs não se calculam.

Por mais que haja espaço,

nadas e nirvanas me circulam.


Vida plena de coisas reais

Vermes no sol, luas comerciais

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Sem Resposta

"Oh! tanto risos ,oh! tanta alegria
mais de mil palhaços no salão"

Não faço mais do que calar.
O quê aconteceu?
Até a minha morte tem hora de chegar,
e a sua também, por sinal...
Vamos dançar? Te convido para no ar da fantasia
delirar, gozar o ato , o coito.
Meu nariz é transparente, e o seu?
Te convido pra jantar, então!Comerei sua carne e sugarei seu néctar.
E vc morderá meu coração.
Faço questão, meu amor..se ainda chamas assim.
Ao circo vamos! Rir de nós é o melhor remédio para
esperar que passemos na televisão.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Urbutopic

Chove e é noite numa cidade neblinada.
Parecida em sonhos, reflete talvez um ar de tristeza,
mais muita complacência e encanto diante do mundo.

De uma caminhada modernista, surgiu permanente.
Das danças paisagísticas encobriu-se no mistério.

Não há partida e nem chegada...só transição.
Não há forma nem razão,
enquanto a mão rebater atenta
o simples ato da revolução.

Utrus dia fui lá na casa de Caxeta, filho de Nico do seu Zé Menezes da mercearia(Pode conhecer!). Surpreendi de imediato com sua figura, meio embriagada e uma cara de cachorro raivoso. Tava bão não!Falava de universos. Só igual a ele pra entender....coisas simples...Falava com contextos inesperados, como -"sou invísivel"- , ou - "sou ligações celestiais concretas, ou pó do sideral"- Seria de fato a globalização?O resultado do alto conhecimento humano sobre ele mesmo?Ah..rssfdj..me enganei..rsrs,isso aí é união disfarçada de povos ,né?Pobre seria um sábio, que não me levasse em consideração. Sou poeta pô...sou poeta.Ou seria alucinação?
Deu no jornal:
Namorado mata namorada, e esquarteja o seu corpo ficando apenas com a buceta pra chupar.
A buceta apodreceu no final.
CENSURADO

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Olhe ao lado

"Olhe para todos a seu redor e veja o que temos feito de nós.

Não temos amado, acima de todas as coisas.

Não temos aceito o que não entendemos porque não queremos passar por tolos.

Temos amontoado coisas, coisas e coisas, mas não temos um ao outro.

Não temos nenhuma alegria que já não esteja catalogada.

Temos construído catedrais, e ficado do lado de fora, pois as catedrais que nós mesmos construímos, tememos que sejam armadilhas.

Não nos temos entregue a nós mesmos, pois isso seria o começo de uma vida larga e nós a tememos.

Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nós que por amor diga: tens medo.

Temos organizado associações e clubes sorridentes onde se serve com ou sem soda.

Temos procurado nos salvar, mas sem usar a palavra salvação para não nos envergonharmos de ser inocentes.

Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer sua contextura de ódio, de ciúme e de tantos outros contraditórios.

Temos mantido em segredo a nossa morte para tornar nossa vida possível.

Muitos de nós fazem arte por não saber como é a outra coisa.

Temos disfarçado com falso amor a nossa indiferença, sabendo que nossa indiferença é angústia disfarçada.

Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos o que realmente importa.

Falar no que realmente importa é considerado uma gafe.

Não temos adorado por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses.

Não temos sido puros e ingênuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer “pelo menos não fui tolo” e assim não ficarmos perplexos antes de apagar a luz.

Temos sorrido em público do que não sorriríamos quando ficássemos sozinhos.

Temos chamado de fraqueza a nossa candura.

Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo.

E a tudo isso consideramos a vitória nossa de cada dia".

क्लारिस लिंस्पेस्क्टर

[sine data]

terça-feira, 9 de setembro de 2008

NO ÁTOMO DA TUA CARNE

No átomo da tua carne, lá estarei. A brincar com teus prótons e elétrons, lá estarei. Os nêutrons não, porque são um bando de babacas. Quero apenas que o LHC seja ligado e a filosofia materialista triunfe sobre esses porcos bocejadores. Espero que o sangue triunfe sobre o espírito e o neurônio sobre a idéia. E assim transmitiremos nossos fluidos mais uma vez, antes que a noite acabe. Antes que os átomos da tua carne saiam por aí, se rearranjando em qualquer outro lugarejo do cosmos.
Sim, eu sou materialista. Mas, o que significa, para mim, ser materialista? Ser materialista significa assumir como pergunta íntima e fundamental a seguinte questão: o que é a matéria? Ou seja, meu materialismo parte de uma pergunta e não de uma resposta. De uma pergunta que talvez nunca seja respondida.
Eu e meu parceiro Demócrito canibalizando partículas pelo planeta, à procura de garotas quânticas, consumindo mais uma equação pela noite. Um equação que nos deixará completamente doidos. Eu gosto da energia escura a sambar na madrugada das galáxias.
As forças de interação nuclear estão agindo em meu pênis, meu esperma é lixo atômico puro. Não toque ou poderá se contaminar.
Eu sou materialista? Mas se me perguntas o que é a matéria, eu respondo: não sei! Mas sei que ela está por aí, escura, colorida, com suas ilusões, sua criação e destruição. O que é a matéria? Espero que os físicos, com a ajuda do LHC me esclareçam (quero um pedaço de LHC). Ou talvez não. Talvez eu viva com essa questão. Afinal, quem precisa de respostas? Não gosto de respostas, as respostas matam, escravizam, congelam. As respostas dogmatizam, as respostas são a morte do pensamento. Por isso não possuo uma crença, possuo uma pergunta, uma indagação, e na minha indagação eu vivo inquieto. Não quero que ninguém me esclareça, não desejo ser esclarecido. Não desejo ensinar ou iniciar. Não desejo estar certo. É a minha pergunta e a minha metáfora. Deixem-me em paz, malditos!!! No átomo da tua carne, lá estarei, a esperar uma colisão de partículas que dará origem a um novo universo. Um novo univeso de átomos e de carne. Doce carne erótica de tua boca. Me dê um pouco de teus átomos, bem na boca. Só um pouco de teus átomos. Antes que eles fujam do físico ateu.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Fragmento V

Lema do Boi


Vaca, capim e sal;


E correr do açougueiro depois!

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

1° Observação

O poêta aponta a lua o imbécil olha o dedo !
( )

terça-feira, 26 de agosto de 2008

O Grito Silencioso

De uns tempos para cá, um tropeço me fez dar alguns passos para trás e para os lados, e comecei desajeitadamente a dançar – sem mais certezas. Literalmente e em sentido figurado... O curioso é que o sentimento de estranheza em relação a tudo, que surgiu aí, surgiu precisamente a partir do que, por outro lado, me deu uma razão para me prender ao mundo. Velho impasse, velhas incertezas, um passo atrás um passo a frente.
A partir daí, apesar de sentir meu espírito como que em delírio, e de forma estranhamente lúcida – nada. Nada! Talvez, me disse não sei quem na época, fosse aquela terrível inquietação que por vezes se mostra quieta. – Ah! Mas de que me adianta ter o espírito envolto a toda sorte de “imagens” se por fim elas não passem disso, não assumam um caráter efetivo? E por outro lado, na falta da Forma, ou melhor, na falta da Bela Forma, a matéria não passa de merda solitária.
E é mais ou menos em meio a esse estorvo que me perdi por esse longo tempo de silêncio aqui, neste renomado blog. De um lado, eu, Antônio Ribeiro, acreditando estar possuído pela “Musa” (mas não conseguia tornar isto objetivo); de outro lado, uma vastidão de possibilidades de mundo, mas sem forma e sem sentido.
A idéia até que vinha, mas como que um instante antes de chegar às cordas da laringe, tísica, tênue, mínima, raquítica, ou antes que eu conseguisse fixá-la em tinta e papel, ela se perdia em redemoinhos de devaneios tristes que a sufocava e reprimia. Ou ainda se perdia em textos outros, como se perdeu... Mas não mais! – Este escrito vem quebrar o silêncio depois de oito meses!
Desculpem-me, caros possíveis leitores, não tive paciência para bolar aqui uma apresentação com mediações mais elaboradas. Escrevo o presente quase por imposição, minha imposição. Nada de torto e brilhante – é certo.
É mais como se um anjo reto tivesse dito: Vai, Ribeiro! Ser destro na vida!

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Casos provincianos

Havia um tal chamado Chico Sé; este só de ver dava medo. Era um homem dos terríveis; sempre armado, sempre desconfiado. Sabia-se de dois defuntos que ele dera cabo. Um foi numa banalidade das tamanhas: matou o cristão com o único motivo de se ver livre de uma dívida de alguns poucos reais, que nem vale a pena aqui dizer o quanto. O outro foi por um motivo mais nobre um pouco – o tal havia ultrajado sua irmã e ele se viu no direito de fazer justiça.
Nunca se vira uma criança perto dele, nem uma pessoa sorrindo; dava para se sentir a densidade daquela figura maldita a quilômetros. Até mesmo os cães sentiam o cheiro de gente ruim e se afastavam quando Chico Sé se aproximava. Era casado e batia na mulher, que coitada, foi-lhe vendida pela mãe pobre quando tinha por volta de seus quinze anos. Ela era um mero objeto na mão daquele truculento sem modos. Havia ódio no olhar dela quando se tocava no nome do marido.
Eu via aquele homem do fundo do bar de meu pai nos idos anos de minha vida; um bar de beira de estrada, onde com freqüência Chico Sé passava com aquele seu opala velho cheirando gasolina. No bar bebericava umas cachaças e contava histórias de dar medo nos demais, principalmente em mim e meu irmão, que ainda éramos crianças. Vi, por estas e outras, que ele não valia muito o angu que comia...
Vai que um dia Chico estava no bar, do lado de fora sorvendo um pouco daquele vento de agosto que a muitos leva. Eu o observava do brejinho ao lado, onde eu e meu irmão brincávamos sempre. Ele picava fumo de rolo para fazer um cigarro; fazia seu trabalho parcimoniosamente, como se ele não fosse o cara truculento que era normalmente. Depois começou a ajeitar a palha de milho para fazer o mais belo cigarro – deve ter pensado – pois com a mesma parcimônia com que picava o fumo, também ajeitava a palha.
Mas aí soprou um vento mais forte, que levou sua palha, que então já devia estar pronta para o melhor cigarro. A palha voou para o asfalto e Chico Sé, com a mesma calma com que fazia todo o serviço para enrolar o cigarro, foi apanhar a palhinha, antes que outro vento a levasse para mais longe. Abaixou-se para pegar a danada, mas como havia de algum modo previsto, veio um vento e a levou. Chico Sé já começava a se encrespar com as forças da natureza, mas não teve muito tempo: veio um caminhão que o atropelou e quebrou metade dos ossos de seu corpo.
Quando vi os bombeiros apanhando o que restara de Chico Sé espalhado pelo chão, pensei que nunca mais veríamos aquele machão vivo. Ouviu-se tempos depois que ele havia quebrado as duas pernas, os dois braços, por volta de sete costelas, sem contar os quase mil pontos que foram usados para ajuntar todos os seus pedaços. Mas aparte isso, tinha sobrevivido, diziam.
Eu nunca acreditei que um homem pudesse sair vivo de um acidente como tal até o dia em que vi Chico Sé adentrando estrondoso o bar de meu pai, não mais do que seis meses depois do ocorrido. Agora ele estava um pouco torto, com algumas cicatrizes no rosto, o que o deixara mais terrível. Era o mesmo homem que estava ali na nossa frente, com os mesmo gestos e truculências.
Depois disso ele apareceu no bar por diversas vezes; veio com muitas outras histórias de terror. Ouviu-se depois até dizer de um que havia morrido e que era o Chico Sé o encomendador. Depois ele ficou por um tempo sumido; apareceu esparsamente no último ano; e um belo dia de agosto de ventos soprantes e luz densa, chegou a notícia que não tardava: Chico Sé morreu.
Eu pensava até então que Chico Sé não era homem de morrer – devia ter parte com o sujo. Mas morreu, e na hora pensei, como todos devem ter pensado, que no mínimo a morte devia ter sido morte matada – muita gente não gostava daquele sujeito. Porém, foi logo adiantando o Zé Lé, que dava a notícia, que ninguém tinha matado ele não: Chico Sé morreu engasgado com café, disse. Ninguém acreditou naquela notícia inverossímil; como podia um homem feito o Chico morrer de forma tão besta? Pensavam todos. Deve ser um castigo do destino ou de Deus. O certo é que Chico Sé depois de morto virou motivo de chacota: um homem que parara um caminhão no peito ia morrer engasgado com café.
De tudo ficou uma lição: cuidado com seu cigarro, mas principalmente com seu café.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Contos por um Nada

Amigos, amigos e amigos... Tenho por obrigação apresentar a vocês este camarada que responde pelo nome de Sr. Nada , isso mesmo, Sr. Nada, assim ele se intitula, pois bem meu papel aqui é apenas apresenta-los e cabe a ele agora tomar conta da narrativa que se seguirá:

Pois bem, assim como fui apresentado meu nome é Nada, tenho alguns anos que se resume à algumas décadas, garanto lhes que mais de duas as são e também lhes digo que não tenho muito a dizer além da minha rotina de bêbado, e pode se dizer também ocasionalmente drogado pela vida, não que isso me apeteça em demasia, muito pelo contrário ... Eu acho é pouco!

Então... sou funcionário público de um estabelecimento no qual não exerço praticamente nada além de cumprir minhas horas para que assim me mantenha saudável e embriagado, minha vida sexual sempre me foi satisfatória até que as mulheres me conheçam e comecem a me tratar com desdém; com relação a amigos não tenho nenhum que mereça ser citado, até mesmo o otário deste que me apresentastes a vocês não o considero como tal, amizade é bom, mas nem sempre o que é bom para alguns para mim o é ..., ranzinza o sou, mas nem sempre e talvez o penses que sim mas gosto de contraria –los e em uma conversa informal aposto algumas cervejas contigo que o trato que tenho com um estranho sempre será como um estranho, lembrem –se não faço questão de amigos, e estranhos sempre serão estranhos... Entenderam!?

Ando com algumas inquietações prazerosas que podem se traduzir como surpresas, há alguns dias mesmo recebi uma ligação em meu adorado serviço, ADORADO ! De uma possível e comprovada admiradora de meus escritos, além de exercer o funcionalismo público também brinco com as letras, me solicitando presença no quarteirão a esquerda da rua principal desta obscura e lugrube cidade dizendo exatamente dessa forma :

- Hey Senhor Nada, estou aqui em um carro preto, táxi, a sua espera, entre e nada diga, tenho uma surpresa.... sua admiradora !

Assim sendo me indaguei, quem poderá ser essa vadia da qual não imagino, uma coroa, uma ninfeta ..., as vezes ou quase sempre nunca me dou bem com mulheres ... mas sempre falo exatamente o que elas querem ouvir e quando elas se dão ao trabalho de me ouvirem sempre as levo ao meu abatedouro, mas quase sempre a relação não é duradoura; tenho várias estórias do tipo....mas me prenderei a esta por hora; retomando meu pensamento, acho que pela minha sutilêza de elefante após a vitória limpa para com elas elas, elas acabam se afastando, mas pouco me importa, nunca tive paciência para com elas e a única que tive até então me ferrei, é como nôs velhos e bons causos dessa minha terra, macaco velho não é bobo a ponto de cair do mesmo galho...

E o pensamento de quem poderia ser me incomodou e fui ao banheiro, jorrei um pouco de água em meu rosto castigado pela vida, olhei profundamente no espelho e vi que ainda era requisitado, e ainda brinquei com a minha imagem ... será que são meus cabelos grisalhos ? Caminhei pelo corredor da instituição até a mesa de café, meu local preferido, lá nunca havia pessoas, tinha café, biscoitos e água para curar minha constante ressaca da vida, me servi e num lapso decidir ir até o local do qual me foi requisitada a presença, mas antes até passou pela minha cabeça a justificativa para minha ausência da função de fazer nada, mas como não sou respeitador e ainda sou concursado pelo governo que se intitula federal a justificativa não me cabia no momento a superior nenhum, e penso e sempre pensei que sou meu próprio deus.

_ Caminhei até a rua (...), chegando por lá avistei o táxi, acendi um charuto da vitória, pois sabia que sairia bem e satisfeito desta, pois o maldito cheiro de sexo, vitória e poder estava no ar..., num instante estava dentro do carro e a guerra da qual sabia que sairia vitorioso, havia acabado de começar !

Era uma mulher, que mulher aquela... na casa de 28 anos, que respondia pelo nome de Cibelle eu acho, experiente e daquelas que sabem o que quer assim como alguns que ainda não sabem, é o oposto, raciocinem ! Não era puta, mas agia como tal ...

Em poucos segundos parecíamos íntimos e ela me apresentou um dos meus escritos solicitando que o assinassem e dedicasse à mesma... Para lhe serem sinceros eu não me lembrava exatamente o que se passava no mesmo, apenas me lembrava que era uma de minhas falsas exaltações ao amor, ao sexo pleno e respeitador, à cumplicidade de uma relação e aos desamores e amores que a vida nos ocasiona fazendo àqueles que acreditam em tal chorarem mesmo que em silêncio, vocês sabiam as mulheres choram em silêncio e elas pensam que seus olhos podem mentir, mas quando suas vidas se tornam um compromisso e os homens de suas vidas morrem ... elas choram em silêncio. Enfim, tudo que uma mulher quer ouvir e que vocês ainda não o fizeram ... assim que terminei meu rabisco fui puxado para perto de seus lábios molhados e ardentes em vontade de tocar-me, compactuei, claro!

Por fim terminamos todo o serviço sujo e direcionamos a um bar sujo e nojento, onde era rei ou era amigo dele, grado bastante destes lugares, isso acontecendo enquanto meus companheiros de profissão se matavam em um trabalho que não os levaria a nada além de uma morte lenta, e nada honrosa; não me lembro o nome da vadia ao certo, mas tenho certeza de que não é o que eu mencionei acima, quando chegarem a minha idade entenderam a minha perda de memória ... e a minha extrema vontade de fazer mal ao próximo, quando ao nome não faço questão também de

lembrar – me , as vezes ou sempre esquecer- se ... deixar levar – se ao nada, ao esquecimento pleno(...), chegando ao nirvana é uma boa fuga...

Agora quanto a garota assim que descobriu realmente quem eu era se deu ao trabalho de partir puta , assim como a foi na cama comigo; sinceridade ... eu acho é pouco !

_ Outras viram e a estória se repetirá com alguns pormenores diferentes ...

Fragmento IV

Ouro Preto é um buteco a céu aberto

terça-feira, 5 de agosto de 2008

A mulher mais linda da cidade _ As duas melhores coisas da vida é comer !

Meu tédio se mistura à minha sobriedade demasiada em ressaca, em excessos...

As vezes me pergunto o por que disso tudo, nossos amores que nos deixam mais vivos mas que também nos matam ... acho que hoje mesmo li algo parecido com isso ¨melhor a dor da ausência do que da perda¨, era mais ou menos isso... ahhhhhh e será que isso é verdade ou será que é mentira? Duvido que os empiristas concordariam com tal, mas como um niilista convicto que sou não acredito em nada e nisso também seria contraditório crer, mas não deixa de ser interessante e ponto final.

Eu sempre respondo essas perguntas sem respostas com a seguinte expressão, “depende do ponto de vista”, não sei se a criei, talvez a tenha sim, logo eu que sou e que já fui julgado por muitos como um grande criador de axiomas, para lhe serem sinceros meus caros e poucos e selecionados leitores... Vocês sim são grandes e possuem almas nobres... São dignos de minha amizade... huahuaha mas que preponderância não !? Pois bem, voltando ao diabo da expressão axioma, quando a ouvi, não sabia o que era mesmo sendo julgado como tal... Senti-me um Gregório de Matos quando inserido no barroco, nem ele nem eu, e querem saber, para os infernos os axiomas e seus criadores!

Ahhhh... Meus amigos... meus poucos amigos, ouço no momento With litle help my friends – Joe Cocker, acho que hoje preciso de ajuda, uma pequena ajuda dos velhos e bons amigos, vocês já se sentiram assim ? Creio que sim... Mas isso é um outro assunto do qual trataremos em uma outra ocasião, ou numa mesa de bar, ou na cama com sua amada depois de um belo afago e demonstração afetuosa de carinho por ambas as partes... Afinal as duas melhores coisas que se pode fazer na vida é comer, concordam?

Falando em comer, hoje mesmo em um passeio conjugal com a mais adorada das criaturas, logo após termos compactuado com um expresso, uma torta de chocolate, hum ... “bacaninha” não? Até eu mesmo me impressiono com algumas atitudes de bom grado de minha parte, vejam bem; depois daquela demonstração de afeto, que foda se, se não foi sincera de ambas as partes, vai entender a alma humana, mas foi bom, afinal o que é bom para mim é sempre bom, já dizia meu alter ego que ainda não tem nome, lembram – se, sou niilista; acabei por comentar algo do tipo... “As duas melhores coisas da vida é comer”, dessa forma a garotinha me indaga e como bom cavalheiro que sou e pela educação que eu mesmo me proporcionei tive que me explicar de uma forma sucinta aquilo que a gente adora falar com um vocábulo chulo... Estão vendo só o que a falta de assunto ocasiona ? - Relatos

Mas me sinto vivo por poder compartilhar algo que me foi especial, que me fez sentir vivo, que me fez ter vontade de ser alguém na vida, que me fez realmente ter vontade de realmente me inserir no senso comum, acho que hoje como nunca me senti parte do outro lado da moeda da qual não compactuo e é por isso que hoje ouvi e reli uma letra do grande Black Sabbath _ Sabbath Cadabra Feel so good I feel so fine; Love that little lady always on my mind;She gives me lovin' every night and day;Never gonna leave her; Never going away” e terminarei esta pequena demontração de afeto e gratidão a mulher mais linda da cidade e da região dos inconfidentes, ouvindo também a maravilhosa canção Sweet |Freedon – Uriah Heep.



Dedicado a todas as pessoas que amo e que gosto de partilhar momentos simples, bucólicos e que para mim são grandiosos chegando perto do sublime, e também a algumas canções que realmente me identifico e que não conseguiria viver sem assim como vocês, você e você e principalmente você minha querida ..., Obrigado por existirem e me fazerem bem, vocês sabem quem são !

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Manifesto Inconsequente para salvar o Mundo.

Por acaso a entrevista concedida ao correspondente R.F foi lida pelo andarilho do mundo - Matuzalém da Costa - e de imediato se arresolveu se posicionar , e eu tomei a liberdade de postar o seu relato sobre o mundo.

"Jovens do novo milênio, também adultos e crianças; sei lá se novo milênio posso dizer , o negócio é que estamos entrando num tipo de colapso mental.

A morte é a nossa maior riqueza difícil de acrecritar.

Por meros objetos somos moldados, por meros objetos somo nomeados.

Na real grandeza sou eu enquanto tu, assim como vós e nós somos o Universo , unidos no infinito.

Se a propaganda convence, desfaça dela.

Antropofagie a Beleza;

Revolucione o Amor;

Rumine a Dor,

E nunca morra de Tristeza."

sábado, 2 de agosto de 2008

Ahhhhh!!!

Ora caríssimos. Estou aqui pensando em algo para escrever para esse tão renomado blog, com figuras tão ilustre como a do tímido Provinciano, do rodante Hellbanger, do sambante Saulo, do cantante Concesso e do apaixonado Aristides de flor na lapela, mas não tinha assunto nenhum a tratar. É noite de sábado, exatamente 20:27. Alguns diriam que eu devia estar na rua buscando as verdadeiras estórias. Eu penso que também devia estar na rua procurando, além das estórias, meu epíteto: que por ora é ‘o idiossincrático’.

Ouso o som dos carros passarem apressados, do ônibus com seu estardalhaço, de um cão que late ao longe... Ouso agora o som de passos femininos sob a minha janela; levanto-me e vou olhar quem é. Moça bonita que passa por aqui sempre, acho que mora por perto; casável. Aboleto-me novamente para escrever e nada vem em mente. Principalmente agora embebido do perfume da bela moça. Assuntos deviam ser vendidos na esquina, como cachorro quente; é inadmissível não haver assuntos. Deveríamos instaurar a lei: proibido não ter assuntos.

O cansaço não me deixa pensar, definitivamente. Acho que vou seguir o conselho dos possíveis conselheiros e sair para procurar as verdadeiras estórias, mesmo que elas nunca sejam escritas. O epíteto pode ir ficando aquele mesmo, sem problemas. Peço desculpas por não ter assunto e até mais ver.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Poema para uma noite estrelada

Que lindas são aquelas estrelas no infinito,
Tão distantes...

No entanto,
Eu não estranharia nem um pouco,
Se uma delas caísse
Sobre minha cabeça.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Entrevista com Henry Chinaski

A entrevista que se segue foi concedida ao correspondente do O Provinciano Cosmopolita em LA, R. F., pelo ilustre Henry Chinaski, que não nos cobrara nada, mas pediu que trouxéssemos cigarros e vinho bebível. Como sabíamos que gostava também de whisky levamos, além do vinho e dos cigarros, uma garrafa que nos disseram ser de um whisky relativamente bom, que só mais tarde eu fui saber que aquele era na verdade um dos piores do mercado: um whisky podre, como nos disse Chinaski.

R. F.: Olá Senhor Chinaski, saudações do Brasil.

Henry Chinaski: No Brasil há pessoas que saúdam?
R. F.: Pode acreditar!

R. F.: A primeira coisa que gostaríamos de saber de você nesta entrevista é o seguinte: você acredita que a vida tem sentido?
Henry Chinaski: Na maioria das vezes não; mas quando os cavalos fazem aquilo que pedimos a vida quase faz sentido... São bons momentos dos quais parece ser feito o paraíso.

R. F.: Você acredita em uma vida paradisíaca após a morte?
Henry Chinaski: Não, e mesmo que tenha é bastante possível que seja entediante; a não ser que sintamos uma eterna sensação do cavalo em que apostamos chegando em primeiro lugar.

R. F.: Você tem medo da morte?
Henry Chinaski: Não. Acho que de certo ponto de vista será legal, ninguém para encher o seu saco; além disso, mesmo que tenha alguém você não os dará ouvidos (um gole da garrafa de whisky). Por outro lado, acho que vou sentir saudades do gosto doce de um puro whisky escorces e de umas escapadas ao hipódromo.

R. F.: O que você acredita ser necessário para se viver?
Henry Chinaski: Cavalos, bebidas e mulheres que compactuam com os dois anteriores.

R. F.: O que você pretende fazer da vida incerta?
Henry Chinaski: Pretendo fazer o que é certo: comer, dormir, foder, mijar, me vestir, andar por aí e encher o saco dos outros. Está bom, acho que assim vou preenchendo os vazios da vida.

R. F.: Se o mundo fosse acabar hoje, de que forma seria para você mais interessante?
Henry Chinaski: Inundado em whisky escorces – seria uma morte divina...

Obs.: a entrevista continuou noite adentro, mas neste momento eu estava bêbado demais para continuar anotando; de modo que ela termina aqui.



sábado, 28 de junho de 2008

Fragmento III

O marxista é aquele que abandonou a idéia de Deus,
Sem, no entanto, abandonar a de paraíso...

sábado, 10 de maio de 2008

Auto navalhografia



Começo a escrever pelo lado avesso da folha. É bom quebrar a ordem lógica das coisas, nem que seja nesses mínimos detalhes de nossa levada. Este avesso é o lado B do disco, no tempo em que havia no mundo algum lirismo.
Sinto de forma muito forte um sentimento de vencido. Dói demais o sentimento de impotência. Não é nada fácil ter alguns sentimentos. Freud se mataria se tivesse convivido uma semana comigo. Talvez seja por estes sentimentos disformes que atribuo o excessivo valor que projeto nestas pequenas transgressões. Sutis, efêmeras, porém meditadas com engenho para serem eficientes formas de corrupção, além de serem fiéis mensageiros daquilo que não temos energia para expressar.
Com nenhum prazer em apresentar-me, digo-lhes um pouco de mim.
Sou um homem de meia idade que impressiona a todos na revelação de meus anos contábeis, pois parecem ser muitos mais. Mas não quero enganar a ninguém, muito menos a mim.
Sinto-me como um velho. Não tenho feito novos amigos. Os meus velhos companheiros me bastam, e só preciso deles para viver. Abandonei meus velhos vícios e tenho esperado, em igual proporção, muito e muito pouco da vida. Meu sentimento é dúbio em relação a quase tudo.
Já não sei dizer o que desejo para o futuro e os erros do passado tem me consumido. Não desenvolvi a arte da superação e o recalque é meu café da manhã. Sou um misto de frustração, desejo, euforia, inconstância e remorso, temperados com uma pitada suficiente de humor negro. Sou medroso, trabalho só por necessidade e detesto pessoas arrogantes e prepotentes.
Cada vez mais me apaixono pelas pessoas que estão ajudando a me construir e minha ojeriza com meu extrato bancário não me deixa dormir. Estou tentando ser funcionário público para ficar ainda mais sem propósitos. Não consigo sorrir por mais de dez minutos sem ficar constrangido e há dias em que meu coração ameaça parar.
Enfim, não sei de meu presente e sinto a constante ameaça do futuro.

Meu nome é Aristides Araújo.


Ouro Preto, maio de 2008


*Agradeço e dedico o presente a Cabritovários Cabritkovitch.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

MENOR CONTO DE FADAS DO MUNDO

Era uma vez um rapaz que pediu a uma linda garota :- Você quer se casar comigo? Ela respondeu: - NÃO! E o rapaz viveu feliz para sempre, foi pescar, jogou futebol, conheceu muitas outras garotas, comeu-as todas, visitou muitos lugares, sempre estava sorrindo e de bom humor, nunca lhe faltava grana, bebia cerveja com os amigos sempre que estava com vontade e ninguém mandava nele।


A moça teve celulite, varizes, engordou, os peitos caíram, se fudeu e ficou sozinha




FIM!!!!!!!

terça-feira, 29 de abril de 2008

Nada mais que um homem*

Pouco importa ao nosso caríssimo leitor saber precisamente onde se passam os fatos que tentarei narrar. Que fique bem claro: não há imparcialidade alguma nas páginas que se seguem. Ou haveria?

O que acontece é que infelizmente o narrador que vos transcreve este relato -, digo transcrever, pois é algo que o chegou por outrem – não conheceu de fato os fatos; limitou-se a interpretar as interpretações.

Dadas estas breves justificativas podemos partir ao nosso objetivo: narrar a presença e a ausência de dois corações que foram um, e voltaram a se fragmentar.

Nada mais nos importa que um único dia que alterou uma rotina flácida que compunha nosso personagem. Aliás, já se trafega pela boca da plebe que basta um dia para que uma vida se altere. Completaríamos que ás vezes esperamos um dia apenas que justifique nossa efêmera passagem pela navegante e inconstante vida. Mas...

Encontrava-se só, em uma rodoviária imunda em algum recôndito canto de algum lugar atingido pelo trópico. Haja vista o lirismo de nossa narrativa não é possível esconder do leitor esta informação. Sua territorialidade é quase explicita. Mas encerram-se por aqui as descrições. Nosso leitor será melhor que o narrador e cobrirá as lacunas de nosso conto.

Mas de qualquer forma ele estava só. E neste estado esteve até que algo muito forte lhe chamou atenção. Não conseguiu, por mais que quisesse não se envolver na situação, algo havia ali que era impossível de negar, não pode deter o seu inquisidor olhar e, sejamos coerentes, bastante ranzinza e mal humorado.

Algo o prendera ali, não apenas fisicamente, pois uma energia que houvera tempos não sentia havia lhe acometido, mas, principalmente toda sua atenção. Bem localizado entre a última porta que dá entrada ao saguão e a primeira fila de guichês estava aquilo que lhe causara tanto encanto, embora ainda desconhecesse o que era. Aliás, aquele ponto parecia-se, para não dizermos categoricamente que era exatamente aquele homem em forma de concreto, o que nosso leitor poderia achar demasiado pretensioso. Mas de fato aquele ponto tinha algo de si. Observou que os guichês que lhe transpunham a vista estavam, divisionalmente exatos: cheios, em uma de suas metades, com sorrisos esperançosos, movidos pela possibilidade de reencontros e, por outro lado, completamente vazios. Nela não chegavam ninguém. Os poucos que ali chegavam não acreditavam na reparação de uma saudade causada pela partida. Não podemos deixar de sinalizar que no nosso homem em questão um sorriso esperançoso andava bastante desaparecido.

Mas, apesar de não saber ao certo de que se tratava, não conseguia recolher-se a sua habitual discrição. Seu olhar o atraía fatalmente àquele ponto, meio guiado por algo que vinha de dentro, mas que ele não sentia desde o dia em que decidira nunca mais dar vazão à voz que lhe ecoava dentro de seu peito. Mas não trataremos dos motivos que o levaram a tal reclusão, e de certa forma não queremos tocar em feridas tão expurgantes. O que nos é suficiente para o presente é a certeza de que sua promessa fora quebrada; felizmente, dizem alguns, já outros não preferiam tocar no assunto.

Não podia ceder àquela energia que o atraía. Todavia, de maneira amplamente contrária a regularidade de suas ações cedeu ao lampejo de seu instinto. Foi-se nosso homem. Arrastado por aquela força que ainda tentava inutilmente vencer. Quando deu por si já se viu imerso naquela sensação pungente que tanto lhe atordoava.

Há tempos não sentira aquilo. Sua vil racionalidade, impotente e amorfa cedia lugar a uma erupção de fulgor. Olhou inutilmente o relógio, que não consegui decifrar. Tudo o que lhe era tão próprio naquele local – dado as inúmeras e incontáveis vezes que ali estivera da mesma forma -, lhe pareceu estranho. Sentiu novamente aquela voz, que insistia abruptamente em alajor-se nele e fazer de si seu senhor. Não resistiu, cedeu. Apesar do medo que quase o congelava partiu àquele desconhecido prestes a desabrochar. Respirou fundo e sepultou o cigarro ainda pela metade que lhe pendia entre os dedos junto a caixa de areia a sua direita que lhe servia de cinzeiro, embora fosse proibido fumar naquele público recinto.

Hesitou ainda, mas por pouco tempo que somente para efeito deste conto vale a pena descrever. Após o último lapso de consciência; última fagulha das sinapses que lhe foram possíveis... Partiu. Nosso leitor pode achar demasiado desproporcional o termo partir, habitualmente utilizado por escritores mais competentes, para grandes distâncias territoriais. Mas pedimos que ainda não julgues por isto, pois logo agora justificar-nos-emos.

Aqueles trinta e poucos passos pareceram-lhe o caminho que traçava todos os dias, ainda em sua tenra infância, quando marchava algumas léguas para voltar da escola. Aquele curto espaço físico e temporal desaterrou-lhe a vívida memória daquilo que sentira em tempos tão imemoriais. Uma distância muito longa e sofrida, mas que era agraciada com a chegada ao conforto e a segurança dos braços de sua matriarca. Esta lembrança esvaecida forneceu-lhe a última gota de ânimo que era possível, e com a qual desdobrou-se para chegar a seu objetivo. Logo que chegou àquele ponto do qual antes não obtivera contato visual compreendeu de forma não tão agradável o que o levara até ali.

Não havia nada. Somente o vazio daqueles espaços tão frios e, talvez por isto foi acometido de forma tão forte. Ali nada avia ou existia naquele momento. A única coisa que viu ali, naquele calabouço mal iluminado, sujo e sombrio foi o reflexo do que se tornara. As ao nosso caro leitor caberá a paciência de aguardar para saber o que o levara até este calamitoso estado de solidão, à qual era arrastado e que já havia se acostumado.

Sentiu-se muito pior que o costumeiro. Sabia ele muito bem como fora intragável desumanizar-se; perder os últimos galhos verdes de uma árvore decrépita que chamamos esperança.

Apesar de ter compreendido esta última fraqueza como uma inútil migalha de esperança contemplou-se em sua mágoa que se tornara naquele momento ainda mais profunda, principalmente com relação a ele mesmo, por ter se permitido aquele rompante movido a emoção.

Sua vida tornou-se ainda mais insuportável a partir daquele momento, e não é fácil encarar dores novas, mesmo quando já as possui de outra natureza. Percebeu que queria o amor, principalmente aquele de uma utopia que vivera muitos anos atrás. Não se perdoou por isto, mas não podia simplesmente deixar de viver. Queria sim pode não sofrer, mas por não poder optou por sentir o cheiro do lixo, brindar a derrota e ser mais um perdedor em meio a esta legião de insignificantes que não querem um lugar ao sol, mas apenas o afago de um gargalo e algumas bitucas de cigarro para infectar-lhe o pulmão, e distorcer o seu cotidiano tão maldito. Ma era apenas mais um homem de compromissos que não tinha coragem para mudar.

Atravessou novamente aqueles trinta e poucos passos que lhe trouxeram um gosto amargo de sangue à boca.

Sentou-se na mesma cadeira – que sempre usara por ser a mais desgastada, o que lhe gerava imensa simpatia -. Acendeu seu cigarro e checou seu bilhete de embarque. Seu ônibus partirá daí a uma hora e meia, que serão, assim como muitas horas mais, um martírio que terá de enfrentar.

Fumou seu cigarro ignorando novamente o aviso de proibido. E outro, e outro, até que deu cabo do maço que possuía. Aquilo lhe causou tamanha indignação que exigia atitude: comprou outro maço, porém de marca mais forte e embarcou, perpetuando o círculo do vazio que fazia todos os dias, e que hoje sabemos, nunca mais se alterou. Continuou quase o mesmo, mas de que importa. Nada novo se deu, apenas embarcou, levando consigo para outro lugar os seus tormentos com os quais andará. Não conseguirá jamais esquecer tão pedante fardo: a dor, de ter perdido um grande amor.

Ouro Preto, abril de 2008.

Aristides Araújo.

* dedico este conto aos meus caros amigos editores deste blog e a Camila Maria por me fazer tão feliz.

domingo, 27 de abril de 2008

Fragmento II - Filósofos dogmáticos

Kant os expulsou do baile,
Schopenhauer levou-os até à porta,
E Nietzsche chutou-lhes a bunda!

Fragmento I




"Todo mundo tem a sua caçhaça", essa é uma verdade válida para todo homem. A idéia de que sempre queremos escapar para uma realidade ideal: um plano no qual as dores do mundo sessam, ou onde elas se intensificam a ponto de sucumbir-se. Sábio Drummond.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Make a change ... Kill yourself


Para começar decidir colocar um trecho de F.Pessoa, para que lhes sirvam como epigrafe e por também querer partilhar algo; vejam como não sou egoísta !

Crendo eu estar de acordo e por fazer te pensar mais a respeito de sua insignificância, leia o primeiro, reflita sobre o segundo e por dessa forma procure se saciar - te e suprir de teu desespero, ou faça o contrário, aliás... Você é livre! Porém insignificante!


O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

(Fernando Pessoa)

Eis a questão!

Expressão de sentimentos lúgubres; também lamurias, angustias e realidade aqui são expressas, tudo isso carregado de verdades, também estas regadas por lúcidos pensamentos perante a sua, a do poeta e a minha inútil existência ... Sem palavras!

E que saudem a vida os seus afirmadores !

Se te queres

Se te queres matar, porque não te queres matar?
Ah, aproveita! que eu, que tanto amo a morte e a vida,
Se ousasse matar-me, também me mataria...
Ah, se ousares, ousa!
De que te serve o quadro sucessivo das imagens externas
A que chamamos o mundo?
A cinematografia das horas representadas
Por actores de convenções e poses determinadas,
O circo polícromo do nosso dinamismo sem fim?
De que te serve o teu mundo interior que desconheces?
Talvez, matando-te, o conheças finalmente...
Talvez, acabando, comeces...
E de qualquer forma, se te cansa seres,
Ah, cansa-te nobremente,
E não cantes, como eu, a vida por bebedeira,
Não saúdes como eu a morte em literatura!

Fazes falta? Ó sombra fútil chamada gente!
Ninguém faz falta; não fazes falta a ninguém...
Sem ti correrá tudo sem ti.
Talvez seja pior para outros existires que matares-te...
Talvez peses mais durando, que deixando de durar...

A mágoa dos outros?... Tens remorso adiantado
De que te chorem?
Descansa: pouco te chorarão...
O impulso vital apaga as lágrimas pouco a pouco,
Quando não são de coisas nossas,
Quando são do que acontece aos outros, sobretudo a morte,
Porque é a coisa depois da qual nada acontece aos outros...

Primeiro é a angústia, a surpresa da vinda
Do mistério e da falta da tua vida falada...
Depois o horror do caixão visível e material,
E os homens de preto que exercem a profissão de estar ali.
Depois a família a velar, inconsolável e contando anedotas,
Lamentando a pena de teres morrido,
E tu mera causa ocasional daquela carpidação,
Tu verdadeiramente morto, muito mais morto que calculas...
Muito mais morto aqui que calculas,
Mesmo que estejas muito mais vivo além...

Depois a trágica retirada para o jazigo ou a cova,
E depois o princípio da morte da tua memória.
Há primeiro em todos um alívio
Da tragédia um pouco maçadora de teres morrido...
Depois a conversa aligeira-se quotidianamente,
E a vida de todos os dias retoma o seu dia...

Depois, lentamente esqueceste.
Só és lembrado em duas datas, aniversariamente:
Quando faz anos que nasceste, quando faz anos que morreste;
Mais nada, mais nada, absolutamente mais nada.
Duas vezes no ano pensam em ti.
Duas vezes no ano suspiram por ti os que te amaram,
E uma ou outra vez suspiram se por acaso se fala em ti.

Encara-te a frio, e encara a frio o que somos...
Se queres matar-te, mata-te...
Não tenhas escrúpulos morais, receios de inteligência!...
Que escrúpulos ou receios tem a mecânica da vida?

Que escrúpulos químicos tem o impulso que gera
As seivas, e a circulação do sangue, e o amor?
Que memória dos outros tem o ritmo alegre da vida?
Ah, pobre vaidade de carne e osso chamada homem.
Não vês que não tens importância absolutamente nenhuma?

És importante para ti, porque é a ti que te sentes.
És tudo para ti, porque para ti és o universo,
E o próprio universo e os outros
Satélites da tua subjectividade objectiva.
És importante para ti porque só tu és importante para ti.
E se és assim, ó mito, não serão os outros assim?

Tens, como Hamlet, o pavor do desconhecido?
Mas o que é conhecido? O que é que tu conheces,
Para que chames desconhecido a qualquer coisa em especial?

Tens, como Falstaff, o amor gorduroso da vida?
Se assim a amas materialmente, ama-a ainda mais materialmente:
Torna-te parte carnal da terra e das coisas!
Dispersa-te, sistema físico-químico
De células nocturnamente conscientes
Pela nocturna consciência da inconsciência dos corpos,
Pelo grande cobertor não-cobrindo-nada das aparências,
Pela relva e a erva da proliferação dos seres,
Pela névoa atómica das coisas,
Pelas paredes turbilhonantes
Do vácuo dinâmico do mundo...

Álvaro de Campos (um dos heterónimos de Fernando Pessoa)

quinta-feira, 27 de março de 2008

Até que a Morte.

OPA!!!
Devido ao meu ócio improdutivo faço das palavras do Cronista e camarada Ruben Alves as minhas..., com o unico e exclusivo proposito de que o Diabo diz exatamente o que ninguém quer ouvir e quando se ouvi ... inhaaa !!!
Novamente boa leitura, boa viagem e rachação... e que o diabo esteja convosco!



De vez em quando o diabo me aparece e temos longas conversas.
Em nada se parece com o que dizem dele: rabo, chifres, patas de bode e cheiro de enxofre. Cavalheiro de voz mansa e racional, bem vestido, apreciador de desodorantes finos, me surpreende sempre pela lógica dos seus argumentos. Nada de futilidades. Só fala sobre o essencial, estilo que aprendeu com Deus, nos anos em que foi seu discípulo. Percebi que era ele quando notei que trazia na sua mão direita o martelo e, na esquerda, a bigorna. Pois esta é a sua missão: martelar as certezas, ferro contra ferro, para ver se sobrevivem ao teste.
Já se preparava para dar a primeira martelada quando o interrompi:
- Que é isto que você vai bater? Acho que vai se partir em mil pedaços…
A coisa que estava sobre a bigorna me parecia feita de louça, um bibelô delicado e frágil, e lamentei que o diabo fosse esmigalhá-la.
- Não tenho outra alternativa - ele me respondeu. - É parte de uma aposta que fiz com Deus. Este bibelô delicado é o casamento. E você pode estar certo: não resistirá ao ferro do meu martelo!
Fiquei indignado que ele estivesse maquinando coisa tão perversa e passei ao ataque.
- Não é à toa que os religiosos dizem que você é o anti-Deus. Deus junta. Você separa! A sua bigorna já destruiu muitos lares!
Ele não tinha pressa. Descansou o seu martelo e me falou com voz imperturbada:
- Já estou acostumado às calúnias. Mas não existe coisa alguma mais distante da verdade. Se há uma coisa que eu desejo é um casamento duradouro, até que a morte os separe. Se ponho o casamento na bigorna é justamente para provar que a receita do Criador não funciona. A minha é muito mais eficaz.
Como o meu silêncio indicasse minha disposição em ouvi-lo, ele continuou a falar:
- Todo mundo sabe que, no início, eu era a mão direita de Deus. Estávamos de acordo em tudo. Ele mandava, eu fazia. Foi por causa do casamento que nos separamos. Até então trabalhávamos juntos. Quando Deus disse que não era bom que o homem estivesse só, e melhor seria que ele tivesse uma mulher, eu concordei. Quando Deus disse que esta união teria de ser sem fim, até a morte, eu aplaudi. Mas aí apareceu o pomo da discórdia. Para colar o homem na mulher, Deus foi buscar uma bisnaguinha de amor. Protestei. Argumentei:
- Senhor! Amor é coisa muito fraca, de duração efêmera! Quem é colado com o amor logo se separa!
Citei o poeta: “Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure!” Amor é chama tênue, fogo de palha. Não pode ser imortal. No começo, aquele entusiasmo. Mas logo se apaga. Chama de vela, fraquinha, que se vai com qualquer ventinho… Amor é bibelô de louça. Todos os amantes sabem disso, mesmo os mais apaixonados. E não é por isso que sentem ciúmes? Ciúme é a consciência dolorosa de que o objeto amado não é posse: ele pode voar a qualquer momento. Por isto o amor é doloroso, está cheio de incertezas. Discreto tocar de dedos, suave encontro de olhares: coisa deliciosa, sem dúvida. E é por isso mesmo, por ser tão discreto, por ser tão suave, que o amor se recusa a segurar. Amar é ter um pássaro pousado no dedo. Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que, a qualquer momento, ele pode voar. Como construir uma relação duradoura com cola tão fraquinha? Por isto os casais se separam, por causa do amor, pela ilusão de um outro amor. Qualquer tolo sabe que o pássaro só fica se estiver na gaiola. O amor é cola fraca para produzir um casamento duradouro porque no amor vive o maior inimigo da estabilidade: a liberdade. É preciso que o pássaro aprenda que é inútil bater asas. Um casamento duradouro é aquele em que o homem e a mulher perderam as ilusões do amor.
- Foi aí que nos separamos - ele continuou.
- Não porque discordássemos que casamento deveria ser eterno. É isto que eu quero. Nos separamos porque não estávamos de acordo sobre o que é que junta um homem e uma mulher, eternamente. Deus é um romântico. Eu sou um realista.
- Qual foi então a sua proposta? Que cola deveria ser usada?- perguntei, perplexo.
- O ódio. - respondeu ele. - Enganam-se aqueles que dizem que o ódio separa. A verdade é que o ódio junta as pessoas. Como disse um jagunço do Guimarães Rosa, quem odeia o outro, leva o outro para a cama. Diferente do fogo da vela, o fogo do ódio é como um vulcão. Não se apaga nunca. Por fora pode parecer adormecido. No fundo, as chamas crepitam. A diferença entre os dois? O amor, por causa da liberdade, abre a mão e deixa o outro ir. No amor existe a permanente possibilidade de separação. Mas o ódio segura. Não tenha dúvidas. Os casamentos mais sólidos são baseados no ódio. E sabe por que o ódio não deixa ir? Porque ele não suporta a fantasia do outro, voando livre, feliz. O ódio constrói gaiolas, e ali dentro ficam os dois, moendo-se mutuamente numa máquina de moer carne que gira sem parar, cada um se nutrindo da infelicidade que pode causar no outro. As pessoas ficam juntas para se torturarem. Não menospreze o poder do sadismo. Ah! A suprema felicidade de fazer o outro infeliz!
Com estas palavras ele tomou do seu martelo e voltou ao seu trabalho:
- Tenho de provar que eu, e não Deus, sou quem sabe a receita do casamento que só a morte pode separar.
Eu me persignei três vezes e compreendi que o inferno está mais perto do que eu pensava.
(Retorno e Terno)Rubem Alves

sábado, 15 de março de 2008

Casos provincianos

Esse é um pequeno episódio da vida de um cara que não sabia o que fazer e que resolveu, definitivamente, tentar descobrir. Estava sentado num banco do bar do meio, tomava uma cerveja em pequenos goles e olhava fixamente para a porta da rua. Uma angústia profunda se apoderou dele quando viu um carro passar a toda velocidade, e concluiu que a sua vida, como aquele carro, havia passado num estalar de dedos e era preciso fazer algo... Mas o que fazer?

Ele nunca fora nada de concreto; sempre fora um artista em potencial, que até então só havia se preocupado com o dinheiro para pagar sua cerveja. Parecia procurar o sentido da vida no fundo do copo, mas como nunca encontrava, enchia-o novamente para tornar a esvaziar, numa ciranda sem fim. Dizia que era a reencarnação de Homero, entretanto, deixou a carreira literária de lado depois de um grande equívoco que ele se viu vítima, o que em outra oportunidade contarei.

Mirou-se no espelho perto de onde estava. Bem que eu poderia ser mais bonitinho, pensou, mas mudou de idéia, porque ser feio nem é um mal dos piores. Tomou de um trago toda a cerveja do copo e pagou a conta: cinco cervejas, um maço de cigarros, uma pinga e três balinhas para o caso de aparecer alguma garota a fim do seu amor. Não há uma só pessoa interessante para conversar, vou terminar na rua Z... Pensava consigo enquanto saia do bar sem se despedir do dono que só queria seu dinheiro.

“Porra”, disse,lembrando-se que pagara a conta no bar com o dinheiro que sua mãe lhe confiou para que ele pagasse a conta de luz.

sexta-feira, 14 de março de 2008

WARNING: PARENTAL ADVISORY _A comedy of censors .

Na metade dos anos Oitenta, surgiu uma guerra contra o Rock e Heavy Metal, o pivô disso tudo foi uma organização chamada PMRC. Formada por esposas de influentes políticos de Washington, esse grupo causou uma verdadeira polêmica no mundo da música. Seriedade e responsabilidade ou apenas uma idéia sem fundamentos criada por mulheres sem muito conteúdo que se aproveitaram do poder de seus maridos? Confira você mesmo na matéria que se segue.
O começo de tudo ...
Em uma manhã de Dezembro de 1984, Tipper Gore, esposa do, então senador Al Gore ouvia junto com sua filha a trilha sonora do filme “Purple Rain”. Uma das músicas contida nesta compilação era “Darling Nikki”, do músico Prince e ao ouvir a canção, Gore ficou chocada com as referências a masturbação que esta continha. Ela então começou a assistir diversos vídeos de rock com sua filha, incluindo “Hot for Teacher” do Van Halen, “Rock You Like a Hurricane” do Scorpions e “Looks that Kill” do Motley Crüe. A quantidade de sexo e violência contida nesses vídeos a chocou: “As imagens assustaram meus filhos, elas me assustaram! A violência e o sexo foram demais para que nós lidássemos”. Ela falou com várias de suas amigas para alertá-las sobre o fato, destacando-se Susan Baker, Pan Howar e Sally Nevius, esposas, respectivamente, do Secretário do Tesouro, James Baker, do Corretor Imobiliário de Washington, Raymond Howar e do presidente do Conselho Civil de Washington, John Nevius. Juntas elas formaram a PMRC (Parents Music Resource Center), cujo objetivo era alertar o público sobre “a crescente tendência na música a respeito das letras que são sexualmente explícitas, excessivamente violentas, ou glorificam o uso de drogas e álcool”.
A PMRC atribuía ao Rock o aumento das taxas de estupro e suicídio. Argumentavam que há uma estreita ligação entre o conteúdo das músicas e o suicídio de jovens. Para provar isso, usaram as músicas “Suicide Solution”, de Ozzy Osbourne, “Don’t fear the reaper”, do Blue Oster Cult e “Shoot to Thrill”, do AC/DC.
“Suicide Solution” foi composta em homenagem a Bon Scott, que morreu devido ao excesso de bebida, “solução”, na música, se refere à solução líquida, no caso, a bebida alcoólica. “Don’t Fear the Reaper” aparentemente apenas fala sobre não temer a morte. “Shoot to Thrill” demonstra ser uma música sobre mulheres e sexo; atirar é usado apenas como metáfora. Essas interpretações errôneas demonstram a ”seriedade” da PMRC.
Também era dito que a influência do rock nos jovens se dava pela decadência da família nuclear (família tradicional, composta por pai, mãe e filhos), que abalava a imunidade das crianças e adolescentes às influências externas.
O ataque
A primeira ação da PMRC foi mandar uma carta oficial à RIAA (Recording Industry Association of America), assinada por 20 esposas de influentes políticos e homens de negócio de Washington. A carta sugeria que a indústria musical adotasse medidas voluntárias para desenvolver diretrizes e/ou um sistema de avaliação similar àqueles do sistema de classificação de filmes da MPAA. Obviamente ouve resistência da RIAA, e, com o intento de pressioná-los, era necessário que a PMRC buscasse destaque na mídia. Para isso o grupo publicou na Washington Post uma lista com seis exigências de Tipper Gore e Susan Baker.
1 – Imprimir Letras nas capas dos álbuns.
2 – Manter capas explícitas embaixo das prateleiras.
3 – Estabelecer um sistema de classificação similar àquele dos filmes.
4 – Estabelecer um sistema de classificação para vídeos.
5 – Reavaliar o contrato de músicos que empregam violência e conteúdo sexual explícito nos palcos.
6 – Estabelecer uma vigilância da mídia por cidadãos e gravadoras, que pressionaria meios radiodifusores a não levar ao ar “talentos-questionáveis”.
Esses fatos levaram à remoção de músicas e revistas de Rock de lojas americanas, incluindo o Wal-mart, J.C. Penney, Sears e Fred Meyer.
Além disso, a PMRC lançou uma lista, intitulada de “As Quinze Imundas”, que continha quinze música que foram consideradas as mais repreensíveis; dentre as citadas na época estão bandas consagradas dos anos 80 como: Judas Priest com ¨Eat me alive¨(Sexo); Def Leppard com¨High in dry( saturday night)¨(Uso de drogas e ácool); AC/ DC com ¨Let me put my love in to you¨(Sexo); W.A.S.P com ¨Animal fuck like a beast¨( Sexo/ linguagem); Venom com ¨Possessed¨(Ocultismo); Black Sabbath com ¨Trashed¨(Uso de drogas e alcool); Merciful Fate com ¨In to the coven¨ (Ocultismo) dentre várias outras como até mesmo a gostosa da Madonna com drees you up...( sexo ...)
Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/PMRC

As audiências
Em agosto de 1985, 19 gravadoras aceitaram colocar a etiqueta “Parental Advisory: Explicity Lyrics” (Aviso aos pais, letras explícitas) nos álbuns para alertar sobre o conteúdo das letras. Porém antes que os rótulos pudessem ser colocados, o senado concordou em realizar uma audiência do então chamado “porn-rock”. Isto começou no dia 19 de setembro, quando representante da PMRC, três músicos, e os senadores Paula Hawkins e Al Gore testemunharam ante o Comitê do Senado sobre Comércio, Ciência e Transporte sobre “o assunto relacionado ao conteúdo de certas gravações sonoras e sugestões que embalagens de gravações sejam rotuladas para fornecer um aviso a potenciais consumidores de sexualidade explícita ou outro conteúdo potencialmente ofensivo”.
Testemunhas a favor
Durante os depoimentos que defendiam a PMRC, foram apresentados por Paula Hawins as capas de “Pyromania”, do Def Leppard, “W.O.W.”, de Wendy O. Willians e “Animal (Fuck Like a Beast)” do W.A.S.P. e os vídeos para as músicas “Hot For Teacher”, do Van Halen e de “We’re Not Gonna Take It” do Twisted Sister. Foram também feitos comentários por Susan Baker, Millie Waterman, Vice Presidente da PTA (National Parent-Teacher Association) para Atividade Legislativa e do Dr. Joe Stuessy, professor da Universidade do Texas em Santo Antonio.
Os depoimentos apresentavam como base os argumentos de que o rock havia mudado muito desde seu início, e que apresentava uma glorificação de aspectos negativos do cotidiano, como uso de drogas, sexismo, ocultismo e violência. Foi dito que o poder de influência do estilo se alicerçava na adoração de músicos de heavy metal, que se apresentava como uma religião.
Testemunhas contra
Os músicos Frank Zappa, John Denver e Dee Snider, vocalista do Twisted Sister, depuseram contra a PMRC. A bancada da PMRC esperava que Denver, músico de Folk Rock, ficasse do lado deles, mas ele testemunhou contra a censura, dizendo ser “fortemente contra a censura de qualquer tipo em nossa sociedade ou em qualquer lugar do mundo”, isso lhe deu destaque na audição.
Frank Zappa e Dee Snider( Twister Sister) defenderam suas músicas e criticaram fortemente a PMRC.
Frank Zappa diz em depoimento.
“A proposta da PMRC é uma peça de estupidez concebida de forma doente que falha em fornecer reais benefícios às crianças, infringe as liberdades civis das pessoas que não são crianças, e promete manter a corte ocupada por anos, lidando com os problemas de interpretação e de execução ao molde da proposta.”
“O estabelecimento de um sistema de classificação, voluntário ou de outra forma, abre a porta para uma exibição sem fim de controles de qualidade morais baseadas em ‘Coisas que certos Cristãos não gostam’. O que acontece se a próxima leva de esposas de Washington exige um grande ‘J’ amarelo em todo material escrito e interpretado por judeus, a fim de salvar crianças indefesas da exposição à ‘oculta doutrina Sionista’?”
“A PMRC forjou uma besta mítica, e forma uma tramóia por exigir ‘normas de procedimento do consumidor’ para impedi-lo de convidar suas crianças para dentro de suas paredes de açúcar (N.T.: Música de Sheena Easton, que ficou na lista das “Quinze Imundas”; paredes de açúcar seria uma referência às bordas da vagina). O próximo passo é a adoção de uma ‘idade legal, de acordo com a PMRC, para compreensão da excitação vaginal?’ Muitas pessoas nessa sala iriam orgulhosamente apoiar tal legislação, mas, antes de eles começarem a traçar suas idéias, eu os incito a considerar estes fatos:”
(1) Não há evidência científica conclusiva para apoiar a idéia que a exposição a qualquer tipo de música ira causar o ouvinte a cometer um crime ou condenar sua alma ao inferno.
(2) Masturbação não é ilegal. Se não é ilegal fazê-lo, porque seria ilegal cantar sobre isso?
(3) Nenhuma evidência médica de palmas cabeludas, verrugas ou cegueira têm sido ligada à masturbação ou excitação vaginal, nem tem sido provado que ouvir referências a qualquer um dos assuntos transforma o ouvinte em uma deficiência social.
(4) A execução de uma legislação antimasturbação poderia se provar custosa e consumidora de tempo.
(5) Não há espaço o suficiente em prisões para prender todas as crianças que o fazem.
“A proposta da PMRC é mais ofensiva em seu ‘tom moral’. Ela parece forçar um conjunto de valores religiosos implícitos em suas vítimas. O Irã tem um governo religioso. Bom para eles. Eu gosto de ter a capital dos Estados Unidos em Washington, D.C., apesar dos recentes esforços para movê-la para Lynchburg, VA.”
Dee Snider (Twisted Sister) em depoimento...
A respeito da acusação da música “Under the Blade” fazer referência ao sadomasoquismo, servidão e estupro.
“A Sra. Gore disse que uma de minhas músicas, ‘Under the Blade’, encoraja ao sadomasoquismo, servidão e estupro. As letras que ela citou não têm absolutamente nada relacionado com estes assuntos. Ao contrário, as letras em questão são sobre cirurgia e o medo que ela causa nas pessoas. Como o criador de ‘Under the Blade’, eu posso dizer categoricamente que... o único sadomasoquismo, servidão e estupro nesta música estão na cabeça da Sra. Gore.”
A respeito da música “We’re Not Gonna Take it” ser classificado como incitante de violência e ser incluída na lista das “Quinze Imundas”
“Você notará nas letras na sua frente que não há absolutamente violência de qualquer tipo cantada sobre ou implícita em qualquer lugar na canção. Agora, me ocorre que a PMRC pode haver confundido nosso vídeo para a música com o significado das letras.”
“Não é segredo que os vídeos freqüentemente descrevem histórias completamente não relacionadas com as letras da música que eles acompanham. O vídeo para ‘We’re not gonna take it’ foi simplesmente feito para ser um desenho com atores humanos representando variações dos desenhos de ‘Papa-léguas e Coiote’, cada acrobacia foi selecionado de minha extensa coleção de desenhos.”
A respeito da acusação de garotos usarem camisetas do Twisted Sister com desenhos de mulheres algemadas e em posições de sadomasoquismo.
“Isso é uma mentira completa. Nós não apenas nunca vendemos uma camiseta desse tipo; nós temos sempre levados grandes dores para nos mantermos limpos de sexismo em nosso merchandising, álbuns, palcos, show e vida pessoal. Além disso, nós temos sempre promovido a crença de que o rock ‘n’ roll não deveria ser sexista, mas deveria satisfazer a homens e mulher igualmente.”
“Eu sinto que uma acusação desse tipo é irresponsável, danosa à nossa reputação, e caluniosa. Eu desafio a Sra. Gore a produzir tal camiseta para dar razão à sua crítica. Eu estou cansado de encontrar garotos na rua que me dizem que não podem tocar nossos álbuns mais por causa das informações enganosas têm sido fornecidas a seus pais pela PMRC na TV e nos jornais.”
“A beleza da literatura, poesia, e música é que eles deixam espaço para sua audiência colocar sua própria imaginação, experiências, e sonhos em palavras. Os exemplos que eu citei antes mostraram clara evidência da música do Twisted Sister sendo mal-interpretada e injustamente julgada por adultos supostamente bem informados.”
O “Tipper Sticker”
No dia 1º de Novembro, de 1985, antes de a audiência acabar a RIAA aceitou colocar o adesivo “Parental Advisory: Explicit Lyrics” nos álbuns. Os rótulos eram genéricos, diferentemente da idéia original de se colocar um rótulo para cada tipo de letra explícita.
Um fato curioso foi o de que o álbum “Jazz from Hell”, de Frank Zappa, mesmo sendo um álbum completamente instrumental, recebeu o adesivo.
Houve várias reações a essa etiqueta, que ficou conhecida como “Tipper Sticker”, que traduzido ficaria aproximadamente como “Adesivo Tipper”, em referência a Tipper Gore, algumas lojas evitavam vender álbuns e outras limitavam a venda.

Termina por aqui a primeira parte da história da PMRC. Na segunda parte falarei sobre as reações diversas causadas no meio musical por causa do “Tipper Sticker” e dos inúmeros protestos feitos por artistas a respeito desse rótulo. Abraços e até lá!

Bibliografia:http://www.geocities.com/fireace_00/pmrc.htmlhttp://en.wikipedia.org/wiki/PMRChttp://www.vh1.com/shows/series/movies_that_rock/warning/history.jhtmlhttp://only-rock2.tripod.com/pmrc/

terça-feira, 11 de março de 2008

SATÂ ESCREVE TORTO POR LINHAS RETAS _ in¨ As andanças de um ¨cara durão¨ sobre a terra.

AS ANDANÇAS DE CHUCK NORRIS SOBRE A TERRA !
Essa merece destaque, o nosso brother de batalhas Chuck Norris em suas andanças pela terra, como sempre sustentando sua pose de cara durão, seus valores cristãos e politicos e como sempre angariando fâns... MASSA DEMAIS VIADOOOO!( Assim como diz um amigo imaginário. )
Boa leitura , espero que comentem!
O ator Chuck Norris, famoso por suas habilidades como lutador de artes marciais e por sua imagem de "cara durão", transformou-se em uma figura cultuada pelos militares dos Estados Unidos presentes no Iraque e em um herói improvável para alguns dos membros das forças de segurança iraquianas.
Um pequeno santuário de papelão foi construído para Norris em uma base militar norte-americana de Bagdá, e frases elogiando a masculinidade do ator aparecem na parede de banheiros do Iraque e mesmo do vizinho Kuweit, disseram os soldados.
"O caminho mais rápido para o coração de um homem está nos punhos de Chuck Norris", diz uma mensagem do santuário, montado com uma foto autografada do ator. Outras frases do tipo cercam a imagem.
Conhecidas como as "verdades" sobre Chuck Norris, as afirmativas tornaram-se um fenômeno de Internet e várias delas aparecem no site www.chucknorrisfacts.com, entre as quais: "O Super-Homem usa o pijama de Chuck Norris" e "Não há armas de destruição em massa no Iraque, Chuck Norris mora em Oklahoma".
O ator visitou o Iraque várias vezes e ganhou o título de fuzileiro honorário no ano passado.
Cerca de 20 militares e integrantes das equipes de apoio com os quais a Reuters conversou foram capazes de citar ao menos uma "verdade" sobre Norris, apesar de vários deles nunca terem visitado o site.
Os soldados norte-americanos presentes no Iraque afirmam que o apoio do ator a eles e sua imagem de invencibilidade o transformaram em um ídolo entre os militares. E insistem que as afirmativas exageradas e satíricas não pretendem ridicularizá-lo.
"As piadas apenas contribuem para aumentar a lenda existente em torno dele. Elas não são ofensivas. Ele é um ícone", afirmou o sargento Joe Lindsay, em uma base de Falluja, na Província de Anbar (oeste do Iraque), que Norris visitou.
Barbudo e musculoso, o ator tornou-se famoso ao lutar com Bruce Lee, a lenda do kung fu, no filme "O Vôo do Dragão" (1972). Mais tarde, filmes mostrariam Norris destruindo pencas de homens com um único chute.
"Norris visitou o Iraque quando o nível de violência estava em seu pior patamar e outras celebridades retraíam-se. Ele é um dos nossos", afirmou Mark Braden, integrante do órgão de relações públicas das Forçar Armadas dos EUA.
"Os fuzileiros adoram Chuck Norris. Ele é como uma lenda", disse a sargento Amy Forsythe, em Falluja.
Os soldados citaram vários motivos para a popularidade dele. Alguns disseram gostar dos filmes do ator e de sua habilidade nas artes marciais -- Norris é um guru das artes marciais e vários de seus filmes possuem enredos envolvendo militares.
Alguns elogiaram os valores cristãos e políticos de Norris. O ator deu apoio, recentemente, ao pré-candidato do Partido Republicano à Presidência dos EUA Mike Huckabee, apesar de, seguindo o espírito das "verdades" sobre Norris, haver boatos de que foi o político quem deu apoio ao ator.
"Ele tem nos ajudado muito. O apelo dele consiste também em suas habilidades como lutador e em sua mera presença física. Acho que não conseguiria ficar um dia sem ouvir uma piada sobre Norris", afirmou o cabo Ricardo Jones, em Falluja.

Escrito em Seg, 10 Mar, 12h38 ( Falso calendário)Por Mohammed Abbas
(Ps: pseudoadaptado ou adptado por Valmir Guimarães )

PEQUENA HISTÓRIA DE UM ¨BAIRRISTA¨ DO MUNDO.

Primeiramente, um olá para todos!

Decidi colocar uma pequena história da idéia central que estar por ¨detráz¨ desse blog, respondendo e perguntando algumas coisas que ainda me indagam e me deixam com a pulga atráz da orelha; geralmente o assunto se desviará da idéia inicial, mas como aqui não é vestibular e por também ter voz ativa no blog;

_ hummm..., será que tenho realmente? Sinto-me a vontade para escrever da forma que quiser e o que eu quiser;

- Perae! _ mas tudo com um propósito critico??? _ É claro, e somente para os ¨iniciados¨ ( a porcaria nenhuma), peço ainda que critiquem nossos erros de concordância, nosso chulo vocábulo e a minha falta de vontade... rs...

-Bom, na verdade a idéia de publicar alguma coisa surgiu onde tudo que é bom ( sexo, idéias supostamente contestáveis, risadas, falsidade, brigas, encontros e desencontros enfim A VIDA com seus hipócritas sentimentos de ¨amoresedesamores¨) surge, ¨NUMBAR¨, ¨BUTECO¨ para os que não tem a vergonha de serem felizes e que celebram a vida, ISSO por que ela ¨é bonita e é bonita e é bonita¨, concordam? NÃO É VERDADE? Tudo isso regado à cerveja barata, gordura com tira gosto, mulheres, AMIGAS, PUTAS, geralmente escassas (em nossas mesas, como de praxe.), e onde a depressão e a amargura é chamada de ¨felicidade¨, felicidade esta por possuir um emprego formal, por sermos escravos de um sistema que você não criou, mas que esta inserido, quer queira, quer não, ou pelo simples e cômodo sentimento de conformismo(Preguiça de pensar, agir, mudar, revolucionar porra !) E não me venha com o argumento de que você não faz parte do sistema, pois sinto lhe lhe informar que você faz PARTE sim! Mas o que é o sistema? Quem tem a verdade consigo? E se ele não existisse... Seria melhor?

Huummmm... O texto esta tomando outros rumos, perceberam?- Acho que estou nervoso, e sobre a nobreza de tal sentimento deixemos para falar depois.

¨O Provinciano e o Cosmopolita¨ a principio seria impresso, mas devido ao escasso tempo de cada um e também... da necessidade de ser alguém na vida da minha parte; SÓ DA MINHA ?

...mas assim como já disseram alguns de meus amigos mortos que, ¨as coisas na vida nasceram para dar errado e quando as mesmas dão certo é porque deram errado¨ , isso tornou se impossível, pretensioso por demais, ¨a gente¨numtem¨ grana também CARAI! E a idéia morreu assim como morre o animal que da origem a saborosa carne de vitela _ http://pt.wikipedia.org/wiki/Baby-beef, sem exercitar (o pensamento alheio)..., e também sem estar sujeita ao sol que alimenta nossas plantas...

Sendo assim, o nosso amigo Rodrigo (Mussula) resolveu criar o então blog, jogando a primeira pedra nos cristãos, e na medida do possível e de acordo com nossas vivências de pseudo - escritores os textos surgirão; vivências mais NEGATIVAS do que positivas nos levaram para o bar, para o quarto, para escrivaninha, para o Word; mais para o bar é claro, e durante todos os nossos malditos dias do falso, maldito (novamente) e pestilênto calendário cristão; se deus quiser !

Isso para mostrar lhes que a vida não vale a pena, e que viver em convenções é patético!

Tirar sarro com um pouco de sarcasmo cotitiano, demostrando ainda todo nosso amor ao proximo é uma boa sacada; isso porque a ¨ViDa¨ é ¨BONITA¨, ¨É Bonita¨ e é ¨bONiTa¨ chegando a ser até bonitinha... Não é verdade? Era mais ou menos isso... a pequena história do nosso blog, ¨O Provinciano Cosmopolita¨, nome bacana não?

Ouro Preto, 11 de março de 2008 _ Falso calendário

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Até para matar tem que haver criatividade

Há alguns dias li uma notícia em um jornal [não me lembro qual] que me agradou como há muito tempo uma simples notícia de jornal não me agradava. E agradou não porque ela fosse uma boa notícia entre várias notícias ruins, das quais os jornais estão povoados; muito pelo contrário, ela era uma notícia pior que as outras, com a vantagem de ser mais poética e criativa.

O título era o seguinte: “uma mulher assassinou o seu amante com um beijo”. Incrível, não? A mulher foi sentenciada à morte na China acusada de assassinar seu amante com um beijo venenoso. Entre a mulher e o seu amante havia um pacto que, caso um deles desrespeitasse ou fosse infiel ao outro, teria que morrer inexoravelmente. E vai que um belo dia a mulher encontrou o amante falando com uma outra mulher e se sentiu ultrajada no seu papel de fêmea. Decidida a punir o homem pela sua suposta infidelidade, marcou com o amante um encontro para o dia seguinte e, durante um apaixonado beijo, introduziu em sua boca uma cápsula com veneno de rato que trazia sob a língua. O homem engoliu a cápsula e morreu instantes depois.


Fiquei imaginando que mesmo que tal notícia seja falsa, ela é preferível à grande parte das notícias que hoje estão em voga em todos os meios de comunicação, como engarrafamento aéreo, corrupção, tropas e essas coisas. E me pareceu melhor que muito romance escrito hoje em dia; e melhor ainda, pois escrito por um romancista frustrado, que é o jornalista por essência. Os jornalistas deveriam ser mais criativos e nos arranjar umas notícias mais emocionantes como essa triste e sublime pérola que relato. A falta de criatividade ronda o jornalismo...


Por outro lado, se a notícia é verdadeira, devemos render honras à criativa assassina, que com grande classe fez um serviço sujo se transformar numa interessante notícia. Ela deveria ter ganhado um prêmio pelo feito, e não a pena de morte, talvez viagem para o Brasil. A lição é que os assassinos, assim como os jornalistas, deveriam ser mais criativos: já que não vêem outra coisa a fazer. O amante da história, coitado, que nós nem sabemos se ele realmente traiu a mulher peçonhenta, deveria ter sido criativo o bastante para fazer jus ao verso de Augusto dos Anjos: “escarra nessa boca que te beija”.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

A era das Pseudo-Universidades

Meu problema é epistemológico.
Serei para mim ou para os outros?
Talvez ao ser solidário o Eu se livra da culpa
imposta inconscientemente pela sociedade.
Basta heróis?

E essa construção descomedida de soluções
sem funçaõ social, sem consciência responsável
para com os problemas da humanidade.
Do fundo do quintal ao marketing educacional,
forma-se a ilusão de uma graduação.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Da onde vem a canção?


Em um dia qualquer no passado fiz uma "canção-poesia".Foi como tivesse caído do céu,saiu quase pronta.Às vezes a inspiração não vem do suor,mas da lágrima.Temos que dizer as coisa e aí está:

Ora em palavra
Ora em melodia
Ou juntos.
Ao acaso sai uma canção.
Primícia ressonância do cutÂneo
sentimento.
Canto contraponto contratempo
Vadiando numa noite,
Que não sabe o que é palavra
ou melodia.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Um segundo de carnaval

E nada mais.
Por muito menos os corpos se tocaram,
na escuridão da noite, pela união dos universos próprios.
Se restou saudade, foi a esperança que reinou.
Na multidão ninguém é de ninguém.
Só há a procura disfarçada pela embriaguez.
Por muito menos os corpos se tocaram e nada mais.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Tempo Contemporâneo

Dizem que o nosso tempo é moderno,aliás,pós moderno. Caracteriza-se essa pós modermidade pela alta transferência de informações,alta de juros,corrupção,mortes,telenovelas,pobreza,sensação da diminuição do tempo e do espaço,riqueza mal distribuída,músicas de merda e várias maneiras enumeradas de atingir a felicidade.Dizem que moderno é a evolução posterior de determinado tempo histórico,mas essa evolução não quer dizer para melhor.É totalmente perceptível o erro da modernidade.
Mas então, aonde caberia a modernidade na pós modernidade?O que diria Oswald de Andrade sobre essa pseudo pós modernidade?Essa pós modernidade dos aflitos, dos conflitos e da busca incessante pela solidariedade entre os seres.