terça-feira, 9 de setembro de 2008

NO ÁTOMO DA TUA CARNE

No átomo da tua carne, lá estarei. A brincar com teus prótons e elétrons, lá estarei. Os nêutrons não, porque são um bando de babacas. Quero apenas que o LHC seja ligado e a filosofia materialista triunfe sobre esses porcos bocejadores. Espero que o sangue triunfe sobre o espírito e o neurônio sobre a idéia. E assim transmitiremos nossos fluidos mais uma vez, antes que a noite acabe. Antes que os átomos da tua carne saiam por aí, se rearranjando em qualquer outro lugarejo do cosmos.
Sim, eu sou materialista. Mas, o que significa, para mim, ser materialista? Ser materialista significa assumir como pergunta íntima e fundamental a seguinte questão: o que é a matéria? Ou seja, meu materialismo parte de uma pergunta e não de uma resposta. De uma pergunta que talvez nunca seja respondida.
Eu e meu parceiro Demócrito canibalizando partículas pelo planeta, à procura de garotas quânticas, consumindo mais uma equação pela noite. Um equação que nos deixará completamente doidos. Eu gosto da energia escura a sambar na madrugada das galáxias.
As forças de interação nuclear estão agindo em meu pênis, meu esperma é lixo atômico puro. Não toque ou poderá se contaminar.
Eu sou materialista? Mas se me perguntas o que é a matéria, eu respondo: não sei! Mas sei que ela está por aí, escura, colorida, com suas ilusões, sua criação e destruição. O que é a matéria? Espero que os físicos, com a ajuda do LHC me esclareçam (quero um pedaço de LHC). Ou talvez não. Talvez eu viva com essa questão. Afinal, quem precisa de respostas? Não gosto de respostas, as respostas matam, escravizam, congelam. As respostas dogmatizam, as respostas são a morte do pensamento. Por isso não possuo uma crença, possuo uma pergunta, uma indagação, e na minha indagação eu vivo inquieto. Não quero que ninguém me esclareça, não desejo ser esclarecido. Não desejo ensinar ou iniciar. Não desejo estar certo. É a minha pergunta e a minha metáfora. Deixem-me em paz, malditos!!! No átomo da tua carne, lá estarei, a esperar uma colisão de partículas que dará origem a um novo universo. Um novo univeso de átomos e de carne. Doce carne erótica de tua boca. Me dê um pouco de teus átomos, bem na boca. Só um pouco de teus átomos. Antes que eles fujam do físico ateu.

Um comentário:

Valmir P Guimarães disse...

Minhas congratulações a você amigo, muito bom !
Continue ... Esta é a nossa época !