Esse é um pequeno episódio da vida de um cara que não sabia o que fazer e que resolveu, definitivamente, tentar descobrir. Estava sentado num banco do bar do meio, tomava uma cerveja em pequenos goles e olhava fixamente para a porta da rua. Uma angústia profunda se apoderou dele quando viu um carro passar a toda velocidade, e concluiu que a sua vida, como aquele carro, havia passado num estalar de dedos e era preciso fazer algo... Mas o que fazer?
Ele nunca fora nada de concreto; sempre fora um artista em potencial, que até então só havia se preocupado com o dinheiro para pagar sua cerveja. Parecia procurar o sentido da vida no fundo do copo, mas como nunca encontrava, enchia-o novamente para tornar a esvaziar, numa ciranda sem fim. Dizia que era a reencarnação de Homero, entretanto, deixou a carreira literária de lado depois de um grande equívoco que ele se viu vítima, o que em outra oportunidade contarei.
Mirou-se no espelho perto de onde estava. Bem que eu poderia ser mais bonitinho, pensou, mas mudou de idéia, porque ser feio nem é um mal dos piores. Tomou de um trago toda a cerveja do copo e pagou a conta: cinco cervejas, um maço de cigarros, uma pinga e três balinhas para o caso de aparecer alguma garota a fim do seu amor. Não há uma só pessoa interessante para conversar, vou terminar na rua Z... Pensava consigo enquanto saia do bar sem se despedir do dono que só queria seu dinheiro.
“Porra”, disse,lembrando-se que pagara a conta no bar com o dinheiro que sua mãe lhe confiou para que ele pagasse a conta de luz.
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