sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Contos por um Nada

Amigos, amigos e amigos... Tenho por obrigação apresentar a vocês este camarada que responde pelo nome de Sr. Nada , isso mesmo, Sr. Nada, assim ele se intitula, pois bem meu papel aqui é apenas apresenta-los e cabe a ele agora tomar conta da narrativa que se seguirá:

Pois bem, assim como fui apresentado meu nome é Nada, tenho alguns anos que se resume à algumas décadas, garanto lhes que mais de duas as são e também lhes digo que não tenho muito a dizer além da minha rotina de bêbado, e pode se dizer também ocasionalmente drogado pela vida, não que isso me apeteça em demasia, muito pelo contrário ... Eu acho é pouco!

Então... sou funcionário público de um estabelecimento no qual não exerço praticamente nada além de cumprir minhas horas para que assim me mantenha saudável e embriagado, minha vida sexual sempre me foi satisfatória até que as mulheres me conheçam e comecem a me tratar com desdém; com relação a amigos não tenho nenhum que mereça ser citado, até mesmo o otário deste que me apresentastes a vocês não o considero como tal, amizade é bom, mas nem sempre o que é bom para alguns para mim o é ..., ranzinza o sou, mas nem sempre e talvez o penses que sim mas gosto de contraria –los e em uma conversa informal aposto algumas cervejas contigo que o trato que tenho com um estranho sempre será como um estranho, lembrem –se não faço questão de amigos, e estranhos sempre serão estranhos... Entenderam!?

Ando com algumas inquietações prazerosas que podem se traduzir como surpresas, há alguns dias mesmo recebi uma ligação em meu adorado serviço, ADORADO ! De uma possível e comprovada admiradora de meus escritos, além de exercer o funcionalismo público também brinco com as letras, me solicitando presença no quarteirão a esquerda da rua principal desta obscura e lugrube cidade dizendo exatamente dessa forma :

- Hey Senhor Nada, estou aqui em um carro preto, táxi, a sua espera, entre e nada diga, tenho uma surpresa.... sua admiradora !

Assim sendo me indaguei, quem poderá ser essa vadia da qual não imagino, uma coroa, uma ninfeta ..., as vezes ou quase sempre nunca me dou bem com mulheres ... mas sempre falo exatamente o que elas querem ouvir e quando elas se dão ao trabalho de me ouvirem sempre as levo ao meu abatedouro, mas quase sempre a relação não é duradoura; tenho várias estórias do tipo....mas me prenderei a esta por hora; retomando meu pensamento, acho que pela minha sutilêza de elefante após a vitória limpa para com elas elas, elas acabam se afastando, mas pouco me importa, nunca tive paciência para com elas e a única que tive até então me ferrei, é como nôs velhos e bons causos dessa minha terra, macaco velho não é bobo a ponto de cair do mesmo galho...

E o pensamento de quem poderia ser me incomodou e fui ao banheiro, jorrei um pouco de água em meu rosto castigado pela vida, olhei profundamente no espelho e vi que ainda era requisitado, e ainda brinquei com a minha imagem ... será que são meus cabelos grisalhos ? Caminhei pelo corredor da instituição até a mesa de café, meu local preferido, lá nunca havia pessoas, tinha café, biscoitos e água para curar minha constante ressaca da vida, me servi e num lapso decidir ir até o local do qual me foi requisitada a presença, mas antes até passou pela minha cabeça a justificativa para minha ausência da função de fazer nada, mas como não sou respeitador e ainda sou concursado pelo governo que se intitula federal a justificativa não me cabia no momento a superior nenhum, e penso e sempre pensei que sou meu próprio deus.

_ Caminhei até a rua (...), chegando por lá avistei o táxi, acendi um charuto da vitória, pois sabia que sairia bem e satisfeito desta, pois o maldito cheiro de sexo, vitória e poder estava no ar..., num instante estava dentro do carro e a guerra da qual sabia que sairia vitorioso, havia acabado de começar !

Era uma mulher, que mulher aquela... na casa de 28 anos, que respondia pelo nome de Cibelle eu acho, experiente e daquelas que sabem o que quer assim como alguns que ainda não sabem, é o oposto, raciocinem ! Não era puta, mas agia como tal ...

Em poucos segundos parecíamos íntimos e ela me apresentou um dos meus escritos solicitando que o assinassem e dedicasse à mesma... Para lhe serem sinceros eu não me lembrava exatamente o que se passava no mesmo, apenas me lembrava que era uma de minhas falsas exaltações ao amor, ao sexo pleno e respeitador, à cumplicidade de uma relação e aos desamores e amores que a vida nos ocasiona fazendo àqueles que acreditam em tal chorarem mesmo que em silêncio, vocês sabiam as mulheres choram em silêncio e elas pensam que seus olhos podem mentir, mas quando suas vidas se tornam um compromisso e os homens de suas vidas morrem ... elas choram em silêncio. Enfim, tudo que uma mulher quer ouvir e que vocês ainda não o fizeram ... assim que terminei meu rabisco fui puxado para perto de seus lábios molhados e ardentes em vontade de tocar-me, compactuei, claro!

Por fim terminamos todo o serviço sujo e direcionamos a um bar sujo e nojento, onde era rei ou era amigo dele, grado bastante destes lugares, isso acontecendo enquanto meus companheiros de profissão se matavam em um trabalho que não os levaria a nada além de uma morte lenta, e nada honrosa; não me lembro o nome da vadia ao certo, mas tenho certeza de que não é o que eu mencionei acima, quando chegarem a minha idade entenderam a minha perda de memória ... e a minha extrema vontade de fazer mal ao próximo, quando ao nome não faço questão também de

lembrar – me , as vezes ou sempre esquecer- se ... deixar levar – se ao nada, ao esquecimento pleno(...), chegando ao nirvana é uma boa fuga...

Agora quanto a garota assim que descobriu realmente quem eu era se deu ao trabalho de partir puta , assim como a foi na cama comigo; sinceridade ... eu acho é pouco !

_ Outras viram e a estória se repetirá com alguns pormenores diferentes ...

5 comentários:

4º carijo disse...

Como ja dito, suas cronicas, estórias e contos, estão cada dia melhores. Parabéns! =)

Anônimo disse...

Esse tal Sr. Nada é foda!
Vivendo no submundo, ou até melhor disendo, sobrevivendo. Passa as horas no trampo pra ganha grana para poder tornar menos monótonas as horas, os meses e talvez os anos que precedem sua morte.
Como diz James: "Come Carpe Diem Baby"

Anônimo disse...
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Anônimo disse...
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Unknown disse...

Espero um dia ler o conto da Amália, o macarrão da Sta Casa.