sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Sem Resposta
mais de mil palhaços no salão"
Não faço mais do que calar.
O quê aconteceu?
Até a minha morte tem hora de chegar,
e a sua também, por sinal...
Vamos dançar? Te convido para no ar da fantasia
delirar, gozar o ato , o coito.
Meu nariz é transparente, e o seu?
Te convido pra jantar, então!Comerei sua carne e sugarei seu néctar.
E vc morderá meu coração.
Faço questão, meu amor..se ainda chamas assim.
Ao circo vamos! Rir de nós é o melhor remédio para
esperar que passemos na televisão.
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Urbutopic
Parecida em sonhos, reflete talvez um ar de tristeza,
mais muita complacência e encanto diante do mundo.
De uma caminhada modernista, surgiu permanente.
Das danças paisagísticas encobriu-se no mistério.
Não há partida e nem chegada...só transição.
Não há forma nem razão,
enquanto a mão rebater atenta
o simples ato da revolução.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Olhe ao lado
"Olhe para todos a seu redor e veja o que temos feito de nós.
Não temos amado, acima de todas as coisas.
Não temos aceito o que não entendemos porque não queremos passar por tolos.
Temos amontoado coisas, coisas e coisas, mas não temos um ao outro.
Não temos nenhuma alegria que já não esteja catalogada.
Temos construído catedrais, e ficado do lado de fora, pois as catedrais que nós mesmos construímos, tememos que sejam armadilhas.
Não nos temos entregue a nós mesmos, pois isso seria o começo de uma vida larga e nós a tememos.
Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nós que por amor diga: tens medo.
Temos organizado associações e clubes sorridentes onde se serve com ou sem soda.
Temos procurado nos salvar, mas sem usar a palavra salvação para não nos envergonharmos de ser inocentes.
Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer sua contextura de ódio, de ciúme e de tantos outros contraditórios.
Temos mantido em segredo a nossa morte para tornar nossa vida possível.
Muitos de nós fazem arte por não saber como é a outra coisa.
Temos disfarçado com falso amor a nossa indiferença, sabendo que nossa indiferença é angústia disfarçada.
Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos o que realmente importa.
Falar no que realmente importa é considerado uma gafe.
Não temos adorado por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses.
Não temos sido puros e ingênuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer “pelo menos não fui tolo” e assim não ficarmos perplexos antes de apagar a luz.
Temos sorrido em público do que não sorriríamos quando ficássemos sozinhos.
Temos chamado de fraqueza a nossa candura.
Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo.
E a tudo isso consideramos a vitória nossa de cada dia".
क्लारिस लिंस्पेस्क्टर[sine data]
terça-feira, 9 de setembro de 2008
NO ÁTOMO DA TUA CARNE
Sim, eu sou materialista. Mas, o que significa, para mim, ser materialista? Ser materialista significa assumir como pergunta íntima e fundamental a seguinte questão: o que é a matéria? Ou seja, meu materialismo parte de uma pergunta e não de uma resposta. De uma pergunta que talvez nunca seja respondida.
Eu e meu parceiro Demócrito canibalizando partículas pelo planeta, à procura de garotas quânticas, consumindo mais uma equação pela noite. Um equação que nos deixará completamente doidos. Eu gosto da energia escura a sambar na madrugada das galáxias.
As forças de interação nuclear estão agindo em meu pênis, meu esperma é lixo atômico puro. Não toque ou poderá se contaminar.
Eu sou materialista? Mas se me perguntas o que é a matéria, eu respondo: não sei! Mas sei que ela está por aí, escura, colorida, com suas ilusões, sua criação e destruição. O que é a matéria? Espero que os físicos, com a ajuda do LHC me esclareçam (quero um pedaço de LHC). Ou talvez não. Talvez eu viva com essa questão. Afinal, quem precisa de respostas? Não gosto de respostas, as respostas matam, escravizam, congelam. As respostas dogmatizam, as respostas são a morte do pensamento. Por isso não possuo uma crença, possuo uma pergunta, uma indagação, e na minha indagação eu vivo inquieto. Não quero que ninguém me esclareça, não desejo ser esclarecido. Não desejo ensinar ou iniciar. Não desejo estar certo. É a minha pergunta e a minha metáfora. Deixem-me em paz, malditos!!! No átomo da tua carne, lá estarei, a esperar uma colisão de partículas que dará origem a um novo universo. Um novo univeso de átomos e de carne. Doce carne erótica de tua boca. Me dê um pouco de teus átomos, bem na boca. Só um pouco de teus átomos. Antes que eles fujam do físico ateu.